
Nestes tempos as professoras eram respeitadas, ganhavam bem e conseguiam exercer sua profissão com muita dignidade. Sem falar que as normalistas eram as "moças" escolhidas pelos cadetes e militares para se casarem.
Com 18 anos ela já estava formada e me lembro que era a moça mais linda que eu já tinha visto. Sempre com cheirinho de flor e com roupas e jóias que me encantavam. Para ganhar ainda mais, ela alfabetizava em casa e eu que sempre a rondava, ficava por perto vendo suas aulas e nas horas em que ela dava uma bobeira, eu brincava com suas anáguas e jóias, sentindo-me maravilhosa.
Aracy sempre ria e me dava uns cascudos quando eu exagerava e fazia algum estrago em suas roupas. Assim foi até eu ter uns 5 anos e em uma aula particular, descobriu que eu já estava lendo, quando respondi o que perguntava a seus alunos.
Ela fez uma festa tão grande que me senti importante e o máximo! Daí em diante, me levou para frequentar como ouvinte, a escola em que ela lecionava.
Passei 6 anos estudando perto dela, ora como aluna, ou somente sendo a queridinha da tia da escola.
Quando passei para o CPII a festa foi completa! E para mim foi uma grande insegurança, pois fiquei longe da minha primeira professora. Competente, durona, dedicada e linda mulher que também soube romper com tantos tabus da época, quando namorava demais, trabalhava demais, ria demais e não casou com militar. E como não pode ser advogada, casou-se com um.
Minha linda prima Aracy Maria.
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