domingo, 27 de dezembro de 2009

Nossa GM

Fiquei chateada com tanta mediocridade!
Já passa da meia-noite e ainda não digeri o acontecido. Costumo melhorar depois que empurro o dia obscuro para seu devido lugar de algo que já aconteceu, ou melhor, para seu tempo correto que é o passado.
Mas, hoje está difícil de virar ontem. Não entendo o motivo das pessoas humilharem outras pelo simples fato de dimensionarem mal seu objeto de rancor. Se o objeto pelo qual nutrem antipatia for “alguém” que por sua aparência transmite fragilidade, ou classe social “inferior”, certas pessoas nojentas ferem e causam um mal imenso.
Neste hoje que insiste em não virar ontem, um GM de Muriqui, resolveu vender seus serviços ao comércio, e partindo para o ataque de seu marketing miliciano, foi até a farmácia da praça onde um jovem morador esperava a saída de uma funcionária.
O GM (guarda de merda) entrou no estabelecimento e disse que se precisassem dele era só telefonar, pois tinha visto um drogado parado na porta e que ele resolveria o problema. Este G merda, é parceiro do outro G merda que está preso acusado de ser o executor do vereador.
O jovem é de boa índole, havia bebido um pouco mais da conta, e é mulato......
Como a funcionária replicou a difamação a seu primo, o infeliz G merda, mais ainda o caluniou.
Agora, se o jovem retrucasse e o assunto fosse mais adiante, talvez tivéssemos uma tragédia, pois sei do que esta gente que está pendurada nos cabides de emprego de nossa prefeitura é capaz de fazer.
Será que agiriam assim, se este jovem dissesse que seu tio é procurador da república?
Que o outro tio é da polícia federal? Que seu padrinho é Coronel?
Que loucura é esta, onde o direito do indivíduo só existe se andar com o currículo de sua árvore genealógica?
O quanto ainda teremos que nos aviltar para que pessoas não passem por esta humilhação instituída como prática legal?
É..... qualquer dia destes teremos o Dia de fúria local, e não sobrará pedra sobre pedra na versão tupiniquim do Velho Oeste que se transformou Mangaratiba

sábado, 26 de dezembro de 2009

Vento Negro


Vento Negro

Onde a terra começar
Vento Negro gente eu sou
Onde a terra terminar
Vento negro eu sou

Quem me ouve vai contar
Quero luta, guerra não
Erguer bandeira sem matar
Vento Negro é furacão

Tua vida o tempo
A trilha o sol
Um vento forte se erguerá
Arrastando o que houver no chão

Vento negro, campo afora
Vai correr
Quem vai embora tem que saber
É viração

Dos montes, vales que venci
No coração da mata virgem
Meu canto, eu sei, há de se ouvir
Em todo o meu país

Não creio em paz sem divisão
De tanto amor que eu espalhei
Em cada céu em cada chão
Minha alma lá deixei
Composição: José Alberto Fogaça

Hoje escutei tanto esta música que não saiu de minha cabeça. Tentei escrever alguma coisa e só vinha "Vento Negro".
Tentava escutar outra música e lá estava eu ouvindo "Vento Negro".
Pensei em saudades de Porto Alegre, do rio Guaíba e nada!
Como não descobri o motivo de tanta obsessão, resolvi exorcizá-la no blog.
É linda! Gostosa de ouvir e remete aos bons tempos de José Fogaça, atualmente prefeito de Porto Alegre, em seu segundo mandato.
O poeta me encanta e o político me engana.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Dom

Hoje fiquei pensando em como uma só pessoa pode mudar o rumo da vida de outras.

Quando comecei a pensar em sociedade, fiquei muito confusa com dois aspectos que aparentemente se contradiziam.

Por um lado, venho de uma família que não é religiosa e ao mesmo tempo é de uma fé impressionante. Sempre estamos buscando caminhos que nos religuem ao início.

Assim, com momentos infinitos de aridez espiritual e outros de extrema necessidade de buscar algum sentido na vida, fomos namorando diversos segmentos religiosos, porém sem nos compromissarmos com nenhuma religião.

Tenho um irmão que foi fervoroso católico e se diz hoje um alucinado ateu e outro que tinha medo de tudo que não pudesse explicar e agora é católico de carteirinha. Tenho também a irmã, a mais linda de todas que namorou o espiritismo e se encontrou na visão de seu interior rico e lindo. Agora tenho uma que vagou pelo protestantismo, catolicismo e na umbanda e atualmente tira seus demônios nos chamados “evangélicos” e nos terreiros. Já outra se fixou na fé mestiça de crer em algum santo do catolicismo e respeitar algumas teorias do espiritismo.

Sem falar em minha mãe que apesar de não freqüentar igreja, foi a mulher de mais fé que convivi. Já meu pai tinha uma verdadeira aversão a qualquer crença.

Desta forma, tive minhas influências familiares que me antenavam a uma ou outra religião, mas que não eram suficientes para uma entrega.

Paralelamente a isto, na adolescência, conheci o aspecto social do indivíduo. Apaixonei-me pelo comunismo e repudiava qualquer elo entre o humanismo e o espiritual. Meus gurus eram Luiz Carlos Prestes, Che Guevara, Fidel, Jorge Amado, Lysâneas Maciel e tantos outros.

E a vida seguia sem dó nem piedade da pobre menina que só queria entender estes mistérios da alma e como certeza só tinha que, sem alimentar a vida, mataria a energia do espírito.

E foi então que me presentearam com o livro “O deserto é fértil” de Dom Hélder Câmara.

Este livro me acalmou as angústias e com isto, abandonei meus gurus e passei a amar Dom.

Dom é até hoje minha maior influência religiosa e social. Posso dizer que é meu estimulante quando o deserto é árido demais para suportar.

Gosto do que leio e releio de Dom. Devoro seus escritos e sua biografia.

Algumas frases que amo e são sonoras, coloridas e inundadas de perfume suave:

“Diante do colar belo como um sonho admirei, sobretudo o fio que unia as pedras e se imolava anônimo para que todas fossem um.”

"Missão é partir, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu.

Missão é sempre partir, mas não devorar quilômetros.

É abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los.

E se, para descobri-los e encontrá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo."

"Todas as revoluções não são obrigatoriamente boas (...) mas a história mostra que algumas eram necessárias e produziram bons frutos".


Dom me faz a cabeça até hoje!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Ser humano-águia

"Uma águia nunca voa só. Vive e voa sempre em pares. Importa aqui recordar a lição de um mestre do Espírito. O ser humano-águia é como um anjo que caiu de seu mundo angelical. Ao cair, perdeu uma das asas. Com uma asa só não pode mais voar. Para voar tem de abraçar-se a outro anjo que também caiu e perdeu uma asa. Em sua infelicidade, os anjos caídos mostram-se solidários. Percebem que podem ajudar-se mutuamente. Para isso, devem se abraçar e completar suas asas. E só assim, abraçados e juntos, com a asa de um e de outro, podem voar. Voar alto rumo ao infinito do desejo. Sem solidariedade, sem compaixão e sem sinergia, ninguém recupera as asas da águia ferida que carrega dentro de si. Um fraco mais um fraco não são dois fracos, mas um forte. Porque a união faz a força. Uma asa mais uma asa não são duas asas, mas uma águia inteira que pode voar, ganhar altura e recuperar sua integridade e sua libertação."

Leonardo Boff - 1997


Hoje me sinto um humano-águia com uma asa só, procurando outros humanos-águias de uma só asa, que queiram alçar vôo.
Vôo que nos leve ao calor da solidariedade, que desperte ou avive em nós o sentido da vida.
Muito mais do que ter um sucesso, preciso viver o anonimato da busca de ser parte da mudança em meu ambiente.
Quero asas diversas em tamanho e plumagem para voar em franca recuperação de nossa integridade. E estas asas estão tão perto uma das outras, e mesmo assim, continuamos a procurá-las.

Quem souber de algum anjo de uma só asa vagando por perto, me avise. Vou correndo abraçá-lo.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ética? Moral? Cidadania...

" A ética deve fundar-se no bem comum, no respeito aos direitos do cidadão e na busca de uma vida digna para todos" (Ferreira Gullar)

A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, uma certa tradição cultural, etc. Há morais específicas, também, em grupos sociais maisi restritos: uma instituição, um partido político...Há, portanto, muitas e diversas morais. Isso significa que uma moral é um fenômeno social particular, que não tem compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens.

Já a ética é uma reflexão crítica da moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltadas para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana.

A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana capaz de julgar criticamente os apelos acríticos da moral vigente.

Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreesão e uma justificação crítica universal, e a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transformá-la.


Assunto chato? Pode até ser que avaliar nossas atitudes e compromissos, seja de fato maçante, mas sem parar de vez em quando para pensar em moral, ética e cidadania, somos barco a deriva, que qualquer um acaba se considerando apto a conduzir.

Sendo assim, não poderia deixar de falar em administração pública, pois é ela que desenvolve as atividades estatais visando ao bem comum, de acordo com a lei.

Administração pública é o conjunto de órgãos, funções e agentes públicos com a finalidade de desenvolver as atividades do Estado, visando à consecução dos INTERESSES COLETIVOS. A administração pública deve expressar o compromisso do estado com o BEM-ESTAR da COLETIVIDADE.

Tais atividades devem ser realizadas em conformidade com aquilo que a lei estabelece e de acordo com os princípios constitucionais que regem a Administração Pública.
Esta deve obedecer aos seguintes princípios:
Legalidade - obediência à lei;
Impessoalidade - inexistência de preferências, privilégios ou diferenciações que não sejam previstos na lei;
Moralidade - princípios éticos de justiça e probidade;
Publicidade - visibilidade e transparência das ações públicas;
Eficiência - desempenho satisfatório das atividades a fim de alcançar os melhores resultados na prestação dos serviços públicos.

Não vou nem questionar a administração pública no âmbito federal, nem mesmo estadual.... vamos pensar na célula menor que é nosso município, tão pequeno e tão fácil de ser questionado...
Estamos participando? Estamos satisfeitos? Corresponde a nossa expectativa? Estão obedecendo aos princípios de nossa constituição, em seu art.37?

E como hoje estou chata demais, termino esta postagem com uma citação do Herbert de Souza - o Betinho, para que uma pessoa muito querida, que um dia destes me disse não conhecer por ser muito nova, possa ter uma idéia de quem muito agregou em nosso país.

"Eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida. Um cidadão com um sentimento ético forte e consciência da cidadania não deixa passar nada, não abre mão desse poder de participação."

domingo, 6 de dezembro de 2009

O Havaí é aqui!

Ontem me senti em outro país, ou melhor, fui a um arquipélago que não era de meu município.
Por volta das 22:00 hs resolvi passear e ultrapassei a barreira do tempo e num piscar de olhos, estava eu no Havaí.

Chegando lá, o som alto me fez perceber o que tinha acontecido, som acima do permitido em meu município, tocava músicas de funk e vez por outra algum reggae.

Jovens adolescentes ao chegarem ao paraíso, recebiam o colar de flores de plástico para que soubessem que estavam no maravilhoso clima de festa dos nativos.
Na porta os príncipes nativos e os agregados, recepcionavam a criançada que se sentia em conto de fadas tupiniquim, participando da encenação de poder.

A festa dos príncipes utilizou-se dos vassalos do Rei para que os jovens pudessem ter sua noite de glória. Seguranças e funcionários do reinado "gentilmente" trabalharam nesta noite tão importante, mas que não agradou a alguns pobres nativos que ousadamente reclamaram aos palacianos.

Por volta de 24:00 hs, as crianças que haviam entrado, foram retiradas do baile e só poderiam entrar com a presença de seus responsáveis. Enquanto isto, os príncipes na entrada do evento mostravam seu poder entre os jovens, e empavonados se exibiam como caricaturas do Rei.

A força da lei estava presente na porta com a presença de uma patrulha que após a entrada, se retirou e aqueles nativos que haviam se queixado do som, foram informados que tudo estava correto, conforme foi dito pelo superior da patrulha.
Os infelizes reclamantes foram orientados a se dirigir a outra ilha do arquipélago para apresentar queixa e fazer um BO..... segundo o vassalo que atendeu a ligação, seria a orientação do representante da lei.

Como resido em outro país, pensei que no Havaí as coisas são mais livres, visto que na festa, as pessoas podiam utilizar um pó branco para desentupir nariz, o som não afeta ao povoado no entorno e até mesmo alguns secretários do Rei comparecem a festa para coordenar melhor os pequenos entraves que a população pode causar aos pequenos príncipes.

Quando era 01:30hs, alguns insistentes menores, puderam entrar pois os jovens donos do Havaí, deram sua permissão.

Fiquei tonta com o que vi e peguei meu carro, acionei o acelerador para que voltasse para Mangaratiba na mesma velocidade que cheguei ao Havaí e assim, me sentiria aliviada de chegar onde a ordem, a ética e a decência são características do governo.

Que pena! Não consegui! Eu ainda estou no Havaí!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

É Dezembro

Ano novo???
Tudo é cíclico neste mundo, as mazelas humanas então são as que mais me chamam atenção pela capacidade de fazer retroagir em hábitos e conceitos as poucas evoluções sociais e morais do ser humano.
Neste final de ano vivemos o Natal, a passagem de Ano Novo e finalmente a posse dos eleitos em nosso município. Êpa! Lá vou eu falar em política, o que é o mesmo que falar de mazela. E em minha opinião é a maior mazela da humanidade, pois em nome do social, do humanitarismo e da igualdade, são cometidos os maiores crimes morais a que podemos submeter o ser humano que são a desesperança, o desencanto e o subjugar de um povo que assim perde toda capacidade de discernir e de raciocinar.
Vejamos, quando se aproxima o período eleitoral, vemos TODOS sem exceção levantar a bandeira da solidariedade, da justiça e da dignidade para seus concidadãos, seus eleitores. Prometem, choram, indignam-se e fazem do fio de esperança de cada um de seus eleitores o cordão que os levará aos cargos tão disputados. É chamado plano A.
Passado este período o que vemos? Os não eleitos passam ao plano B, ou seja, não se articulam em programas sociais, não se organizam em projetos que capacitem seu povo, para que dignificassem os votos recebidos sejam poucos ou muitos. Enfim, massacram com seu descaso a conduta do eleitor que a cada eleição torna-se mais alienado, imediatista e sem consciência cidadã. Dizem-se traídos, desencantados e todo “gás social” acaba em chama de palito de fósforo.
E os eleitos? Ah! Estes começam o plano C. O povo volta ao seu lugar de subvida e eles dão continuidade aos projetos de traições, de egocentrismos, e por aí afora.
Iniciam suas ações de vingança, em qualquer âmbito em que tenham poder para tal. Demitem, transferem, isolam comunidades que não corresponderam às expectativas, unem-se a desafetos antigos para esmagar novos desafetos.
Interesses pessoais estão acima dos interesses coletivos, em nome de uma falsa prerrogativa de que “política é assim mesmo”, são capazes de cometer as maiores arbitrariedades ao povo e a seus correligionários.
Podemos perceber o quanto são “doentes”, quando se dirigem ao povo e se utilizam de palavras que os colocam como salvadores e magnânimos.
Algumas palavras que foram ditas em discursos de posse mostram bem como agem estes “senhores”. Falam em “ajudar” o povo, e meus queridos eleitos o povo não deve ser ajudado, deve ter seus direitos assegurados. Falam que foram “massacrados” e novamente digo que o massacre quem sofre é o povo que não tem de seus representantes o compromisso de fazer valer sua dignidade, sua sobrevivência e sua esperança.
Tive algumas alegrias (sórdidas), o posicionamento de dois reeleitos vereadores que “chutaram o pau da barraca” e levantaram a bandeira do funcionalismo público.
A conquista da presidência da Câmara pela pseudo “oposição” também me alegrou e espero que a população ou ao menos algum grupo saiba se aproveitar deste racha esperado incentivando e cobrando posicionamentos desta natureza a nossos vereadores. Enfim, saibamos também nos aproveitar destas posições para conseguirmos algum proveito coletivo ao povo sofrido de nosso município.
Executivo, execute suas funções e se lembre que a palavra executar neste caso refere-se à função de fazer, cumprir, tocar. Diferente de “executar”, supliciar, matar......
Legislativo, legisle e fiscalize sim o executivo, mas não interfira nas ações socialmente corretas inerentes a função do mesmo.
Eleitores fiscalizem seus eleitos, participem dos conselhos municipais, mobilizem-se em associações de bairro, classes, compareçam as reuniões da Câmara, cobrem prestações de contas...... É dever, direito e obrigação de todos nós.



Mais um texto antigo que sofre alteração quando falo de um dos vereadores reeleitos que infelizmente foi assassinado.

O que aconteceu? Só Deus e os assassinos sabem.

O ano passou, os funcionários públicos continuam a amargar a dor de terem sidos ludibriados.

A Justiça cega, surda e muda continua em estado vegetativo, deixando que os vermes continuem a roer a carne da população.



E novidades? Tinha me esquecido..... temos agora o choque de ordem! Aprovado na íntegra por muitos e que levará nosso governante a parodiar o prefeito do Rio e chamar um especialista em segurança para ajudar nesta missão.

Assim por módicos R$ 10,00 de cada residência, teremos a segurança garantida.



No restante, tudo continua como 2005, 2006, 2007, 2008, 2009.... 2010