domingo, 31 de janeiro de 2010

Eu estou sempre por perto........



Ontem pensei em uma amiga que está vivendo aqueles momentos de aridez, que impedem todos os nossos sentidos de perceber, receptar as filigranas de luz que estão insistindo em iluminar nossa vida.

Ela permitiu que sombras, se transformassem em quimeras. Ela permitiu que mentirosos padrões sociais, arrancassem dela a liberdade, e hoje vive a dependência dos algozes para imaginar-se completa.

Sei que isto é comum e não acontece só com ela. Conheço muitas Marias, Glórias, Anas, Tânias .... que em alguma etapa da vida, deixaram de ser para ter.
Ter amor, ter família, ter aprovação, ter sucesso e ter paz são a finalidade de sua existência.
Encostou em um cantinho empoeirado de sua vida a jovem estudante bonita e inteligente. Deu aval a tudo quanto é bobagem teórica do que seria felicidade, e os anos foram passando e mais empoeirada ficava aquela menina.
Ela esqueceu que jóias continuarão jóias mesmo que estejam arranhadas e enterradas.
Quero muito que ela entenda que tudo na vida exige esforço em abandonar-se a si mesma.
Quero dizer para ela pegar caixas velhas de fotos e viver cada um daqueles momentos, até encontrar seu início.
Sabe aquela época em que ser completa significava ser respeitada, ser capaz de excluir de nossas vidas o mau amor? Vá lá e reviva!
Ser suficientemente livre para identificar os enganos e não culpar-se por eles? Vá lá e ria de todos estes enganos!
Ser plenamente forte para enfrentar os desencantos e buscar a forma para não mais ficar encantada? Vá lá e retire o feitiço!
Ser capaz de tirar as pedras de seu caminho, nem que para isto se leve parte de nossas vidas, retirando uma só pedra que seja? Vá lá e retire uma pedrinha para começar!
Ser capaz de se amar.....
Ser inteira em pequenas coisas e não parte de alguma coisa que te faz mal......
Ser motivo de alegria para ........ela.
Glórias, Marias, Anas, Tânias.... arregacem as mangas e "força na peruca"!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Meu chororô!

Os blogs estão ficando tão impessoais, tão sem demonstração da essência do blogueiro, que já estou ficando ultrapassada. No meu entender, o mais interessante de um blog, é o bloguista. Quando todos se transformam em jornalistas, impessoais e didáticos demais, fica cacete.

Informar? Educar? Claro que devem quando o bloguista sentir esta necessidade, mas o blog é ferramenta de opinião, sejam corretas ou não, plausíveis ou não.

Eu escrevo para partilhar, para tomar um toco de quem lê, para aprender com a opinião dos outros, ou seu poder de convencimento.
Escrevo também para me exorcizar e ouvir minha própria voz navegando por aí, e quando ela retorna aos meus olhos, me modifica ou me consolida profundamente.

Blog tem que ser pessoal, quase um diário do cotidiano do mundo interior, afetado pela sociedade que nos cerca e que influenciamos também.

Já escrevi uma vez que amo alguns bloguistas, já reclamei de outros que são tão mortos quanto seus blogs, mas está virando uma tendência a impessoalidade, o "baseado" em fatos publicados e meus olhos já não percebem o bloguista.

Eu só quero é viver na net, aquilo que pouco noto no social. Quero escrever de minha revolta, quero escrever de alegrias comuns e quero buscar beleza no interior dos meus bloguistas.

Esta semana circulei por alguns blogs e por incrível que pareça, li textos que pareciam promoção da semana dos supermercados. E olha que não são blogs do mesmo universo local. Pensei que seriam angústias coletivas e não era nada disto. Eram simplesmente o impessoal e neutro. Textos incontestáveis, absolutamente didáticos.

Hoje estou com a educação abaixo do permitido e como este meu espaço é intimista, quero mais é ser mal educada!

Quando retornar aos meus olhos esta leitura, talvez esteja mais normal e perceba o quanto estou errada.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Não tem Preço...... Chefe de Gabinete de Mangaratiba preso por homicídio

Enviado por Viviane Nogueira - 13.1.2010 | 16h59m
PRISÃO
Chefe de gabinete de prefeito é preso por homicídio qualificado

Jorge Milton Gonçalves Duarte, chefe de gabinete do prefeito de Mangaratiba, Aarão Brito de Moura Neto, foi preso agora à tarde pela DH Oeste por homicídio qualificado, pela morte do vereador Célio Lopes, em 2 de junho de 2009. A investigação continua e o preso será apresentado nesta quinta-feira às 10h no auditório da 5ª DP (Centro).


Link:
http://extra.globo.com/geral/casodepolicia/


E a Administração de Mangaratiba nas páginas policiais como sempre.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Eu gostei!

Moacyr Góes: Os falsos amigos
Precisamos de pessoas que coloquem o interesse coletivo acima dos pessoais

Diretor de teatro e cineasta

Rio - Os textos clássicos são assim chamados porque guardam ensinamentos e beleza que não envelhecem com o tempo. “O Inimigo do Povo”, drama de Ibsen, é um desses tesouros da dramaturgia universal que muito dizem sobre os dias que vivemos.

É a história de um médico respeitado de uma cidade-balneário da Noruega que descobre que as águas da região estão contaminadas e que, por isso, essa fonte de riqueza deve ser estancada até que se trate a qualidade dos banhos. Como a cidade vive das águas, o prefeito e a maioria dos cidadãos transformam o médico em inimigo do povo. A despeito disso, o médico afirma a verdade, pagando caro por isso.

Essa história é exemplar para que se entenda o valor do espírito público em detrimento das circunstâncias, sejam elas de que ordem forem. Qual é o homem público que tem coragem de agir sob o império da verdade a despeito da vontade ou ação da maioria? Entre nós é raro.

O desastre de Angra do Reis é o mais recente exemplo. Sabia-se da desordem das construções, da irresponsabilidade diante da realidade da natureza da região e, não obstante, permitiu-se o crime que culminou em tragédia, em mortes. Por demagogia, por deliberações irresponsáveis e por atitudes que produzem dividendos políticos ou econômicos, vamos convivendo com a morte, mais que o necessário.

É preciso encarar remoções, limites ecológicos e assumir interdições, por mais impopulares que possam sejar. Chega de “amigos do povo”; precisamos do “inimigo do povo“. Mas quem tem coragem? Somente aqueles para quem a consciência e a retidão são mais importantes do que a popularidade e o poder.

Publicado em O Dia de 09/01/2010

Não poderia deixar de reproduzir este texto. É fina nata!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Meus amigos fakes

Andei fora da internet por alguns dias. Fui dar uma volta pelo mundo “real”, onde não existem fakes e as pessoas são o que são, ou melhor, são o que vivem.
Conversei cara a cara, olhos nos olhos, abracei, beijei, discuti e raramente vi pessoas reais.
Concluí que o mundo virtual é mais real que a vida vivida, pois a vida escrita é luz da alma.
Na internet as pessoas são o seu interior, seu conhecimento, seus desejos e suas angústias. Seus discursos refletem seu aprendizado, ou aquilo que sentem e que gostariam de viver. Até suas mazelas são reais e que muitas vezes estão bem escondidas na sociedade em que circulam.
Tenho o privilégio de saber quem são alguns fakes maravilhosos que muito me alegram na net por suas posições em relação a ideais de vida, de solidariedade e de conversas leves jogadas fora e absorvidas por mim com sorrisos e gargalhadas bem gostosas.
São pessoas que não sabem quem sou e que encontro na rua, no mercado, em restaurantes, ou que tenho notícias por acaso.
E são nestas ocasiões que percebo que a vida vivida por eles é irreal. São pessoas boas de discursos na net e pequenos assustados e tolhidos no seu cotidiano, ou então, são de uma agressividade desumana na net e delicadas criaturas na vida social.
Aí pensei,devo ser assim para os outros e me preocupei. Logo procurei aqueles fakes que me conhecem para saber da impressão que causava quando descobriam quem sou, e fiquei tranqüila, pois com exceção da fisionomia, todos disseram que sou na net o que sou na vida. Ufa!
Então pirei! Tentei entender o motivo, tentei entrar na alma das pessoas e encontrei mil razões, mas mesmo assim, ainda fiquei um tanto quanto adormecida em minha lógica.
Senti que sem este exercício de terapia em grupo que nos proporciona a net, eu conheceria bem menos algumas pessoas.
Aqui, os traidores sem causa se revelam, os oportunistas se avaliam, a sede de liberdade se manifesta, a dor do engano aflora, os preconceitos são visíveis, a igualdade é discurso inquestionável, e o melhor, até aqueles que nada acrescentam a ninguém permanecem em suas convicções.
Assim, volto à net com mais certeza de que basta jogar sua vontade de vislumbrar o outro e a sensibilidade em encantar-se com o ser humano, para que tenhamos mais um instrumento de aproximação com a vida real.