sábado, 24 de outubro de 2009

Tristeza e palavras

Acompanho todos os dias as postagens de uma comunidade que faço parte e como sempre dou palpites, sinto indignação (repararam como esta palavra está tão viva?), revolta e todos os sentimentos cabíveis no ser humano.
Incrível como podemos ser atingidos em cheio por palavras, sejam elas bem escritas, ou não, carregadas de ideias e sentimentos.
E como sou viciada em preservar minha cidadania e arrogante o suficiente para dar crédito a meus conceitos, todos os dias lá vou eu e PIMBA! Passo o dia questionando o que leio, tentando aplicar em minha vida a absoluta certeza de que falta um empurrãozinho só, para que as pessoas tirem de dentro de si suas memórias genéticas que nos fazem únicos e maravilhosamente avessos a tudo que nos humilhe, que nos faça subjugados, que nos avilte na condição primitiva de libertos e de capazes.

Vivo em um município pequeno, cerca de 30.000 habitantes, localizado a uma distância muito pequena da capital do RJ. Somos povo sem uma identidade definida, ou melhor, com sua identidade adormecida, que vive do resto da identidade alheia que nos atiram na cabeça, nos rostos e nas mãos de tempos em tempos.

Temos vivido nossa cidadania como arremedo de outros lugares. Elegemos políticos que também são paródias do pior que existe no país. Fingimos que somos hospitaleiros, quando na realidade somos simples serviçais da agonizante desordem de conduta que reina no Brasil.

Não somos capazes de repudiar, não somos suficientemente firmes em preservar nossa liberdade, não sabemos como nos posicionar diante de tamanha estupidez que mata, fere e distorce a realidade.

Vejam, um povo que aderiu ao "Cristianismo simplista" (inventei o termo), não consegue perceber o massacre cultural que vivemos, não distingue a mentira derramada em forma de discursos apoteóticos e em lágrimas teatrais ou insanas.

Então penso: Como posso permitir que matem todos os dias, o que me faz ser única?
Como posso ser capaz de dizer que SOU, se vivo como ESTOU?

Aí, pratico a insurreição com a ferramenta que ainda tenho disponível... a PALAVRA!

Palavra dita, palavra escrita, palavra feita ação!

Sou rebelada e sei que muitos silenciosamente também o são, pois esqueci de citar a palavra muda e passiva que é transmitida pelo olhar e pelo gesto.

Vamos juntos contradizer a morte lenta do espírito que nos são oferecidas em doses homeopáticas.

Como em um diário que nos ajuda a preservar a história de vida, registrem sua forma de vivenciar sua cidadania, participando de debates, conhecendo o seu semelhante e suas convicções, mas sempre aberto a reaprender que mesmo sendo ÚNICOS, não somos UM!


http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=47668200

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