sábado, 31 de outubro de 2009

Sono da tarde

Como é horrível dormir na parte da tarde do dia! Sempre que isto acontece, tenho a impressão que meu humor e paciência continuaram dormindo e me deixaram acordar sem eles.

O dia parece perdido, os sons da vida parecem inapropriados para meu entendimento, não entendo como as pessoas conseguem rir, falar, correr e simplesmente pensar. Do prédio em que moro, surgem sons estranhos como gargalhadas, estrondos de passos que penso foram feitos pelo monstro do lago Ness. Meu pequeno cão se transforma em um alienado ET. As adoráveis crianças que tanto me fazem feliz, agora estão como pequenos seres tiranos que assustadoramente me obrigam a tarefas que meu corpo não quer obedecer.

Estranhamente olho pela janela e não reconheço o sentido disto tudo, fico grosseiramente impaciente com a vida. Passados alguns intermináveis momentos, vou me refazendo e com a ajuda de anjos que convivem comigo, vou retornando a meu estado normal. Recebo um cafezinho, um cigarrinho, um sorriso miúdo, uma piada sobre meu estado doentio, analisam minha genética e constatam a hereditariedade como causadora deste mal, e lá vou eu sendo tomada por mim mesma.

E assim, somente quando meu corpo comanda e não consigo desobedecer, é que dou uma cochilada fora da noite.

É que o dia foi feito para ser vivido, exatamente como o são. Cheios de sons, cheios de loucuras, completamente fora de lógica, com toda a intensidade da alma aprendiz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente com responsabilidade e participe com sinceridade!