A ditadura em Mangaratiba é ditamole

A todo o momento leio que estamos vivendo em Mangaratiba uma ditadura. Será que podemos chamar, um governo eleito por uma esmagadora maioria de votos, de uma ditadura?

Este termo comumente é designado para governos de exceção, pode ser até que estejamos vivendo um "governo excepcional", já que é um mandato tampão e vive com as características que lhes são provenientes. Mas, daí a ser denominado de ditadura...já vai um longo caminho.

Temos muita coisa que não nos satisfazem como munícipes, estamos vivendo uma verdadeira zona administrativa, estamos todos apavorados com as consequencias de um governo fragilizado por acordos políticos, pela falta de tempo para cumprir promessas de campanha e pela falta de ousadia em inovar. Estamos sem metas claras a serem atingidas para nossa gente, não temos transparência nas ações do governo e isto gera insegurança que logo são aproveitadas por novos paladinos da justiça que almejam um lugar ao sol do poder governamental.

Tudo isto é fato, tudo isto poderia ser modificado se nossos governantes amadurecessem como políticos e tivessem como principal característica a nova forma de fazer política que queremos como munícipes.

Escrevo pensando em meus anseios e não como representante de ninguém ou de grupos, mas de uma pessoa que não suporta ser joguete de falas oportunistas que a todo o momento se alteram para que os objetivos mais escusos possam ganhar respaldo.

Então pensando na tal "ditadura", vi que por aqui o que temos é uma "ditamole", maleável e frágil, muito frágil mesmo que precisa ser cobrada, mas que deve ser incentivada e fiscalizada com objetivos claros.

A promiscuidade entre os poderes deve ser combatida, para que depois não digam que um poder é subjugado pelo outro. Legislativo é a casa de leis que deve fiscalizar SEMPRE, mas deve também não interferir em contratações da prefeitura, não deve indicar ninguém para contratos, a não ser que faça parte da base governista e que utilize os filiados do partido para comporem o governo. Os demais casos de contratação, não passam de favores a serem cobrados posteriormente, tanto do executivo, como dos eleitores.


Temos que ficar atentos aos casos de comodismo por parte de nossos edis que passaram quase 2/3 de seus mandatos nada fazendo de útil para a população e no último ano resolvem ser os mais atuantes representantes do povo. Temos que nos conscientizar que executivo sem oposição é pipa voada solta nos céus que pode fazer um estrago terrível, mas oposição não deve ser conceituada como contrária ao bom andamento dos interesses da população e nem deve ser utilizada como fator dificultante para as ações de um governo, pois nós munícipes teremos consequencias desastrosas em nossas vidas

Mas, onde entra a "ditamole" ou a "ditadura"?

Somos nós que a conduzimos. Ela é mole por nossa própria omissão e superficialidade nas questões públicas. Ficamos como infelizes seres sem coragem de participar, pensando que só podemos estar de um lado ou de outro, sem ações concretas de participação, permitindo que usem nosso sofrimento para direcionar aos interesses de uns ou de outros. Ela é dura quando percebemos arbitrariedades e ficamos como crianças indefesas pedindo ajuda a quem não quer ou não sabe ajudar.

Façamos a nossa parte, quando algo ferir nossos direitos, quando funcionários não podem programar suas vidas por falta de um calendário de pagamentos, quando um plano de cargos que se transforma em saga do funcionalismo é usado para fins eleitoreiros, quando pessoas inescrupulosas cometem injustiças e se valem de um falso poder para destruir o pouco que se consegue em qualidade no serviço público. Enfim, temos muito mais a fazer, pois isto é gestão democrática e participativa e só assim, acabaremos com esta historinha de ditadura e ditamole.

Renova Mangaratiba..... em conceitos e dinamismo.