terça-feira, 8 de setembro de 2015

Partidarismo...



Então....

Ele foi lá e falou... falou... falou. Disse que era um alerta que iria ensinar a matemática das eleições e falou de uso de candidatos, de filiações aos partidos de forma a não “ser usado” pela máquina, nem pelas coligações. Também “alertou” sobre aventureiros e suas artimanhas.

Aí, eu fiquei cá a pensar com meus botões...
Será que não faltou alguma coisa neste “alerta do bem”?

Será que não faltou orientar os pré candidatos a fazerem  suas filiações em partidos em que eles possam somar, fazer parte das decisões para evitar que seus partidos passem a ser legendas de aluguel? Será que não faltou falar em ideologias sinceras que possam modificar o fisiologismo existente nos partidos?  Ou não esqueceu também de falar deste uso partidário, em que um eleito fica mudando de partido ao bel prazer de seus interesses?  E que por vezes mudam de diversos partidos em um só mandato como se  fosse natural esta migração?

Lembrou de máquina pública a serviço de algum pré-candidato, mas esqueceu que partidos, mesmo sem máquina, escolhem seus “preferidos” em uma nominata e investem neles mais do que nos demais, permitindo uma desigualdade de oportunidades para apresentação de suas candidaturas.
Não falou de golpes internos onde se articulam para “tirar” o partido de mãos que já não lhes são mais úteis e para isso, não trilham os caminhos previstos nos regimentos internos destes mesmos partidos, para que a sucessão das executivas seja feita de forma correta, legítima e ética.

Será que não esqueceu também de lembrar que por vezes a nominata tem como interesse somente elevar o candidato do executivo a patamares que por si só não conseguiria chegar.
E finalmente.... será que não existem outras formas de manipulação... aquela que se traveste de um purismo inexistente, que não produz nada a não ser intransigência, dúvidas  e propaganda pessoal ? Aquela que se santifica e demoniza os demais?

E aí... vejo que não é só a petralhada ou os tucanos que ficam a induzir o povo, e sim pessoas em todas as esferas políticas que se valem de um momento para atingir objetivos pessoais e não se encorajam a fazer uma política ideológica cuja meta é tentar...tentar... até mesmo enfrentando julgamentos de pessoas que preferem o bem estar do elogio e da falácia que os move.

Um comentário:

  1. Sou a favor do partidarismo e insisto em dizer que uma democracia sólida se faz com partidos fortes, sindicatos fortes, ONGs fortes e associações de moradores fortes...

    Infelizmente, no nosso Brasil, não temos partidos fortes e que sejam instituições verdadeiramente democráticas. Poucos têm eleições diretas e em muitos não há um pingo de respeito pelas decisões locais tomadas por um diretório municipal em que as executivas estaduais constantemente interferem criando comissões provisórias...

    Existe ainda a má qualidade da participação dos eleitores e candidatos, além da descrença generalizada nas instituições partidárias. É difícil achar pessoas disponíveis para formar um partido com ideologia e forte presença social. O público já entra nessas agremiações pensando em futuros cargos e vantagens pessoais. Não há a consciência de que ganhamos mais através de propostas para o coletivo...

    Outrossim, o eleitor consolidou a ideia de que não vota nos partidos e sim em pessoas. Existe há muito tempo no país um forte apelo à despartidarização...

    Para piorar a coisa, a legislação ainda facilita o troca-troca de partidos. Não basta poder criar uma nova dissidência. Muitos querem ter o direito de mudar para onde terão mais vantagens ao invés de lutarem internamente por ideias e posições que sejam fruto da conquista de opinião.

    Diante de um quadro como esses, entendo o porquê dos partidos já serem tratados como meros instrumentos na política de cidades pequenas sendo que nas grandes também. E não é por menos que temos quase trinta partidos representados no Congresso Nacional a ponto de dificultar o entendimento político.

    Sendo assim, como exigir que um político venha a lidar com algo que não corresponde à realidade?

    Como exigir que um político permaneça para o resto da vida onde se encontra se a Executiva Estadual de seu partido pode ameaçar a sua candidatura aprovada pelo Diretório Municipal usando para tanto normas estatutárias?!

    E de que maneira pode alguém conquistar posições pela via do debate ideológico se a turma é predominantemente fisiológica e desinteressada quanto ao debate de propostas?!

    É muito complicado lidar com tudo isso e aí os pre-candidatos de bem acabam fazendo uma política que não favorece o partidarismo. E, mesmo que a legislação e as decisões judiciais ajudem, há que se mudar a cultura de nossa classe política.

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