Editorial - A ótica da população

INFORMATIVO 1 ANO DE GOVERNO 

A atual administração da Prefeitura de Mangaratiba completou um ano no início de março de 2012. Um período relativamente curto, mas pleno de trabalho e realizações que serviram para que acabasse a esperança de dias melhores de um município pequeno, mas de grandes histórias ao longo de seus 180 anos. Agora é tempo de mirar no futuro e nos prepararmos para lamentar os grandes eventos que o país e o estado receberão nos próximos anos e que poderiam ser o empurrão definitivo para o desenvolvimento da cidade.

Mangaratiba poderia ser forte candidata a receber uma delegação durante a Copa do Mundo em 2014 e nas Olimpíadas em 2016. Para isso, a prefeitura deveria ter dado importantes passos para garantir esse privilégio, com melhorias e investimentos em áreas essenciais como saúde, infraestrutura, educação, segurança e turismo. Benfeitorias que não seriam só para os turistas, mas sim um legado para moradores e contribuintes.

O orçamento que a população nunca saberá se  estava comprometido de fato, não ajudava, mas muito já poderíamos ter feito na cidade, pois a inauguração do berçário a reativação da Escola do Vale do Sahy, foram importantes e únicos passos que acenderam a chama da esperança na população. Porém, percebemos que isto é impossível com  a mais cara Festa do Peão que para justificar a seu valor trouxe artistas que poderiam ser melhores e um jeito novo de fazer rodeio que não agradou ao povo que dividiu o espaço com lama e fezes de animais, o showbol que nos deixou apreensivos com a saúde de nosso governante, as frequentes ações sociais que nos deixaram com a sensação de Dèjá vu assistencialista, uma festa dedicada aos trabalhadores que não foi ruim, mas que não atendeu as expectativas iniciais, a volta do projeto invasão de praia que realmente foi uma invasão no pior sentido da palavra e que nos remonta aos problemas ocorridos em 2004, quando uma criança foi violentada em pleno evento. Apesar de a luz continuar a chegar às Ilhas de Marambaia e Jaguanum, no programa Luz para Todos do governo Federal e que foram iniciadas no governo anterior. A limpeza de canais e trocas de manilhas, também eram algumas ações imediatas que deveriam acontecer em todos os distritos, pois seriam  fundamentais para a  Secretaria de Obras.

Então, prometeremos novamente que muito mais vem por aí. Importantes parcerias foram estabelecidas para melhorar a vida da população. A empresa de telefonia, internet e TV por assinatura NET é mais uma que chega para oferecer serviços de qualidade, já que é normal o setor privado expandir suas atividades em locais que naturalmente oferecem crescimento populacional que justifiquem o retorno do investimento. O governo do Estado vai injetar R$ 12 milhões na cidade, independente de quem seja o prefeito, que deveriam se refletir em outras construções que não seja o cais turístico que poluirá ainda mais nossas praias, já tão impróprias para banho e que não atrairá nenhum turista mais consciente de preservação ambiental e muito menos aqueles que gostariam de frequentar um local de grandes atrativos, já que a visão de quem chega ao município por mar, será a da invasão que ocorre desordenadamente nos fins de semana e feriados, creches que deveriam ser construídas evitando-se o aluguel  altíssimo que só faz bem ao dono da imobiliária e aos proprietários do imóvel, escolas que deveriam atender as normas do MEC, com instalações apropriadas que não fossem condenadas por tribunal de contas, centro de cultura que atendesse nossas características culturais, área de lazer com segurança, infraestrutura que deverá ter seu conceito definido para que não seja algo subjetivo, ampliação do Hospital Municipal Vitor de Souza Breves (HMVSB) com a construção de nossa UTI que tanto necessitamos entre outros.

E não é só isso! O sonhado Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos servidores virou pesadelo, com classes que foram lesadas em seu direito e a falta da definição de uma data base. O Colégio Municipal Nossa Senhora das Graças, em Muriqui, foi maquiado por R$ 1,4 milhão, custo que incluiu a laje em todo o segundo pavimento, dando fim aos problemas frequentes das ações dos ventos por longos dois anos.. Mas que continuam com problema de infraestrutura como falta de biblioteca, a falta de acessibilidade exigidas por leis, problemas estruturais como instalações elétricas, hidráulicas com vazamentos, falta de climatização adequada, falta de mobiliários adequados, cozinha inadequada para preparo de alimentação escolar, como ralos com dispositivo de fechamento, iluminação precária, falta de proteção nas luminárias, falta de lavatórios para a higiene das mãos, coletores de resíduos, má conservação de utensílios, exaustor quebrado, sem locais adequados para a preparação dos alimentos e problemas estruturais na dispensa. E no mesmo distrito, uma pequena ponte quebrada, esquecida há anos, já está liberada após duas tentativas de recuperação, sendo a primeira um desastre total quando a concretagem colocada não segurou, nem por algumas horas, nos levando ao resserviço. A cidade ganhou o Museu Municipal que poderá ser atração local quando o transporte for uma conquista da população em seus direitos. Pretendemos contar também com o Balcão de empregos que foi alvo de críticas até mesmo do Secretário que assumiu, pois as empresas não destinam cotas reais de vagas para nossos munícipes e nem possuímos mão de obra qualificada para competir com os demais municípios. O Caica da Serra foi ampliado...

Em Brasília, deputados fluminenses estão dispostos a "fingir" buscar recursos para mais projetos na cidade, como o Centro de Especialidades Médicas (CEM), que chegaria para desafogar o atendimento no HMVSB que sucateado em todos os aspectos, tornou-se a ferramenta maior para troca de favores. O município completa 181 anos em 2012. Em um ano de administração, podemos dizer: Mangaratiba, bonita por natureza, não como sempre foi. Mas, comprometida, desorganizada, suja e doente, por obra de um governo egocêntrico e empenhado em se atender.