Nota
sobre
o
assassinato
dos
pescadores
da
AHOMAR
Declaração
de
Alexandre
Anderson,
membro
da
AHOMAR,
na
OAB-RJ
em
ato
de
repúdio
aos
assassinatos
de
pescadores
artesanais
da
Baía
de
Guanabara:
"Hoje
não
é
um
bom
dia.
Estão
nos
perseguindo,
estão
nos
matando.
Essas
mortes
(dos
pescadores
João
e
Almir)
não
são
individuais.
Sabemos
de
onde
vieram:
de
quem
está
ganhando
muito
dinheiro
com
os
empreendimentos
na
Baía
de
Guanabara.
Será
que
vivemos
em
um
Estado
democrático?
As
lideranças
da
AHOMAR
estão
sendo
ameaçadas
por
lutarem
contra
os
poderosos
e
em
defesa
dos
direitos
humanos".
Trecho
da
fala
emocionada
de
Alexandre
Anderson
de
Souza,
durante
um
ato
na
OAB-RJ
em
repúdio
ao
assassinato
recente
de
pescadores
integrantes
da
AHOMAR
(Associação
Homens
e
Mulheres
do
Mar).
Os
amigos
pescadores
artesanais
Almir
Nogueira
de
Amorim
e
João
Luiz
Telles
Penetra,
membros
do
Grupo
Homens
do
Mar
de
Magé
foram
covardemente
assassinados
na
madrugada
do
dia
23
de
junho
na
Baía
de
Guanabara,
estes
e
outros
pescadores/ambientalistas
foram
vítimas
do
atual
modelo
econômico
em
vigor
no
estado
e
seus
falaciosos
"Polós
de
Desenvolvimento"
altamente
poluidores
e
socialmente
excludentes,
que
devastam
em
seu
caminho
não
só
o
ambiente
como
também
as
economias
Cultura
locais,
como
também
os
ecossistemas.
Relembro
com
pesar
que
além
dos
4
companheiros
da
Ahomar
de
Magé
violentamente
assassinados
desde
2009
(Paulo
Santos
Souza,
Márcio
Amaro,
João
Luiz
Telles
Penetra
"Pituca"
e
Almir
Nogueira
de
Amorim),
desde
os
anos
90
estão
impunes
os
assassinatos
de
pelo
menos
3
outros
queridos
ambientalistas
fluminenses:
"Seu"
Edu
de
Maricá
que
lutava
contra
a
extração
ilegal
de
areia
na
restinga,
Dr.
Alvaro
da
Ong
Serena
que
lutava
contra
a
especulação
imobiliária
em
Angra
dos
Reis
e
na
Ilha
Grande
assassinado
na
porta
do
Fórum
de
Angra
e
o
saudoso
amigo
Júlio
Dionísio
Ribeiro
protetor
da
Reserva
Biológica
Federal
do
Tinguá,
Nova
Iguaçu,
assassinado
a
mando
de
caçadores...em
nenhum
dos
casos
houve
esclarecimento
por
parte
da
Secretaria
Estadual
de
Segurança
Pública
dos
responsáveis
e
mandantes
e
até
hoje
ninguém
foi
punido!
A
Impunidade
é
marca
comum
em
todos
estes
casos.
Outros
lutadores
sociais
estão
em
risco
de
vida
neste
momento.
Espera-se
responsabilidade
da
grande
imprensa
para
ajudar
a
continuar
cobrando
das
autoridades
públicas
as
investigações
e
maior
indignação
e
mobilização
social
para
que
a
Justiça
seja
feita.
A
atividade
pesqueira
na
Baía
de
Guanabara
e
os
pescadores
que
vivem
da
pesca
artesanal,
estão
seriamente
ameaçados
de
extinção
desde
de
o
vazamento
de
1,8
milhões
de
litros
de
óleo
da
Reduc
(refinaria
da
Petrobras
em
Duque
de
Caxias)
no
ano
de
2000
(18
de
janeiro),
considerado
o
maior
acidente
ambiental
da
história
do
país.
O
acidente
provocou
uma
drástica
queda
na
produção
de
pescado
na
baía
e
o
consequente
empobrecimento
dos
pescadores,
expulsos
também
pelas
chamadas
“áreas
de
exclusão
de
pesca”,
destinadas
pelo
(des)governo
do
estado
como
“espaço
reservado”
aos
mega-empreendimentos
industriais.
Até
hoje
a
Petrobras
sequer
indenizou
os
milhares
de
pescadores
impactados
pelo
vazamento
de
2000
apesar
de
já
ter
sido
condenada
a
fazê-lo
pela
Justiça;
além
dos
impactos
já
promovidos
pelo
COMPERJ
(refinaria
da
Petrobras
em
Itaboraí)
que
por
ex.
pretende
passar
com
equipamentos
pesados
por
dentro
do
rio
Guaxindiba
(onde
pretende
dragar
grande
volume
de
lama
contaminada
por
metais
pesados
que
entrariam
em
circulação
contaminando
os
manguezais
que
são
berçários
naturais
da
APA
Guapimirim),
o
insano
e
criminoso
projeto
de
lançamento
de
efluentes
industriais
nas
praias
de
Niterói
e
Maricá
e
a
mega-barragem
que
pretende
construir
no
rio
Guapiaçu
no
município
de
Cachoeiras
de
Macacu,
entre
outros....todo
esse
passivo
ambiental
é
do
COMPERJ
que
sequer
ainda
entrou
em
operação.
Imaginem
quando
for
contabilizada
as
emissões
atmosféricas
da
futura
refinaria,
estimada
em
milhões
e
milhões
de
toneladas,
que
lançaram
chuva
ácida
nas
florestas
e
cidades
da
Região
Serrana
transformando
o
Leste
da
Baía
de
Guanabara
numa
verdadeira
"cubatão
fluminense".
O
balcão
de
negócios
em
que
lamentavelmente
se
transformou
os
licenciamentos
ambientais
no
Estado
do
Rio
de
Janeiro,
através
do
INEA-RJ
e
a
mando
da
Secretaria
Estadual
de
Meio
Ambiente
cúmplices
dos
grandes
poluidores,
tem
gerado
não
apenas
passivos
ambientais
gigantescos.
Tem
também
gerado
crimes
de
Improbidade
Administrativa
,
assédio
moral,
constrangimento
aos
servidores
públicos
estaduais
e
federais;
esvaziou
ilegalmente
as
atribuições
do
Ibama
e
do
Icmbio
em
favor
dos
interesses
políticos
do
atual
governo
do
estado
e
de
corporações;
e
tem
promovido
o
ilegal
fracionamento
e
fragmentação
dos
licenciamentos
ambientais
cujos
impactos
sinérgicos
ou
combinados,
nem
o
respeito
aos
territórios
e
ecossistemas
utilizados
pelas
populações
tradicionais,
não
tem
sido
levados
em
conta
na
concessão
das
licenças
ambientais.
Lamentavelmente
no
território
fluminense
dominado
pelas
corporações,
está
em
curso
a
formação
de
um
modelo
neo-desenvolvimentista
predatório
e
poluidor
que
conta
com
farto
financiamento
de
dinheiro
público
via
BNDES,
cuja
a
política
de
fomento
econômico
tem
priorizado
mega-empreendimentos
industriais
de
elevado
risco
ambiental.
Da
parte
do
governo
do
estado,
estes
empreendimentos
contam
com
incentivos
fiscais
(centenas
de
milhões
de
reais)
e
facilidades
para
obter
licenças
ambientais
à
toque
de
caixa,
os
chamados
"licenciamentos
fast
food"
que
desconsideram
questões
essenciais
como
a
preservação
da
cultura
e
das
economias
locais
organicamente
vinculadas
à
proteção
dos
ecossistemas
e
o
respeito
aos
Direitos
das
populações
tradicionais.
O
Rio
de
Janeiro
está
se
transformando
numa
referência
da
Economia
Cinza
ou
do
desenvolvimento
econômico
marron.
Além
dos
conhecidos
impactos
sócio-ambientais,
estes
mega-empreendimentos
industriais
tem
provocado
a
expulsão
das
terras
em
que
vivem
e
trabalham
milhares
de
pescadores
artesanais,
quilombolas,
indígenas,
caiçaras
e
outras
comunidades
vulneráveis
de
quem
tem
suprimido
até
mesmo
o
Direito
ao
trabalho
e
a
subsistência
de
suas
famílias.
As
famílias
e
companheiros
de
lutas
de
resistência
não
silenciarão
enquanto
a
Justiça
não
for
feita
e
continuarão
a
luta
deles
contra
o
atual
modelo
econômico
concentrador
de
renda,
violento
e
injusto.
Estamos
todos
em
luto
e
temerosos
em
relação
ao
futuro
de
suas
próprias
vidas
por
causa
de
mais
esta
brutalidade
contra
os
Povos
da
Baía
de
Guanabara.
Quero
relembrar
também
aqui
que
além
dos
4
companheiros
da
Ahomar
de
Magé
violentamente
assassinados
desde
2009
-
Paulo
Santos
Souza,
Márcio
Amaro,
João
Luiz
Telles
Penetra
"Pituca"
e
Almir
Nogueira
de
Amorim
-
desde
os
anos
90
estão
impunes
os
assassinatos
de
pelo
menos
3
outros
queridos
ambientalistas
fluminenses:
"Seu"
Edu
de
Maricá
que
lutava
contra
a
extração
ilegal
de
areia
na
restinga,
Dr.
Alvaro
da
Ong
Serena
que
lutava
contra
a
especulação
imobiliária
em
Angra
dos
Reis
e
na
Ilha
Grande
assassinado
na
porta
do
Fórum
de
Angra
e
o
saudoso
amigo
Júlio
Dionísio
Ribeiro
protetor
da
Reserva
Biológica
Federal
do
Tinguá,
Nova
Iguaçu,
assassinado
a
mando
de
caçadores...em
nenhum
dos
casos
houve
esclarecimento
por
parte
da
Secretaria
Estadual
de
Segurança
Pública.
A
Impunidade
é
marca
comum
em
todos
estes
casos.
Outros
ativistas
sociais
estão
em
risco
de
vida
neste
momento.
Espera-se
responsabilidade
da
imprensa
para
ajudar
a
continuar
cobrando
das
autoridades
públicas
as
investigações
e
maior
indignação
e
mobilização
social
para
que
a
Justiça
seja
feita.
De
luto.
Sérgio
Ricardo
(21)
9734-8088
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