domingo, 26 de agosto de 2012

IDEB - Como funciona

Em pleno domingo, vou mudar um pouco dos assuntos que estão acendendo Mangaratiba e que perdurarão por mais alguns meses.... as eleições.

Mas, leio e escuto tanta coisa sobre IDEB e tenho muitas dúvidas, e como encho o saco das pessoas, acabo sempre recebendo mensagens que me ajudam muito a formar minha opinião. O IDEB é sempre uma preocupação, pois tenho uma queda por estatísticas e dados de censos. Gosto de vasculhar por diversos ângulos os resultados que nos são apresentados e sempre vejo que os maiores interessados em determinados assuntos, não se sentem à vontade com  os tais índices, preferem usá-los ou como justificativa para erros e para manipulação os acertos.

Então, para aqueles que gostam de se informar, vamos a palvara de uma especialista:

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)

Como funciona?
A grande contribuição do Ideb é ter sido o primeiro indicador de qualidade da educação brasileira a unir duas informações que não costumavam ser consideradas em conjunto nas análises educacionais: o desempenho nas avaliações externas e o fluxo escolar (aprovação, reprovação e abandono). Uma escola que atinge bons resultados nos exames, mas reprova sistematicamente seus estudantes, gerando altos índices de abandono, é tão inadequada quanto aquela que aprova a turma inteira, mas com péssimos resultados de aprendizagem. Isso demonstra que ela não está conseguindo ensinar bem a todos, mas apenas a uma minoria.

O cálculo do Ideb é uma composição dos dados de fluxo, colhidos pelo Censo Escolar do Inep, e os resultados da Prova Brasil e do Saeb. A equação permite que o índice aumente ou diminua proporcionalmente às notas nos exames e ao tempo médio que um aluno leva para concluir cada ano ou série do Ensino Fundamental ou Médio. De forma simplificada, o índice é resultado da divisão abaixo e se expressa numa escala de 0 a 10.

A pontuação da Prova Brasil ou do Saeb é obtida pela média das notas dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática de cada escola, município, estado ou do país e adaptada para uma escala de 0 a 10. O tempo médio de conclusão é calculado em anos a partir da taxa de aprovação média em cada série ou ano da escola, município, estado ou do país. Quanto maior a aprovação, menor o tempo médio para concluir a série ou ano e, consequentemente, maior o Ideb.

Para que serve e como usá-lo?
Da mesma forma que as notas da Prova Brasil e do Saeb, o resultado do Ideb é apenas um número se não for analisado e interpretado pelas escolas e os gestores da Rede. O grande desafio é o de compreender o que fez o índice subir ou descer de um ano para outro. Daí, podemos recorrer aos fatores internos da escola que fazem a diferença na sua eficácia.

A melhora ou piora no Ideb pode estar ligada à formação dos professores, às estratégias de ensino usadas por eles na relação com os alunos, à presença ou não de uma liderança na gestão, ao desconhecimento dos alunos do tipo de prova, tempo para realização etc. Esses são apenas exemplos da infinidade de fatores que podem afetar o desempenho de uma Rede ou escola no Ideb.

Mesmo alguns que não parecem diretamente ligados à aprendizagem, como os serviços de transporte, alimentação e material escolar, podem ter enorme influência no resultado do índice. Afinal, uma escola em que o aluno para chegar tem de enfrentar longas distâncias em veículos deteriorados, não dispõe de merenda de qualidade em horários adequados e estuda com livros e cadernos velhos tem muito mais chance de não conseguir bons resultados de aprendizagem e ter altas taxas de abandono e reprovação.

Em resumo, o que o Ideb mostra, assim como a Prova Brasil e o Saeb, é o resultado do esforço de todo os sistema educacional e não apenas a “capacidade” ou os conhecimentos dos alunos. Os gestores públicos que pretendem melhorar o desempenho das suas cidades precisam ter uma visão global para todos os fatores que compõem a qualidade do sistema educacional e a capacidade de transformá-los. Isso exige uma proximidade interativa com as escolas para o debate, a elaboração e implantação de ações e políticas públicas; um sistema que ofereça, ao mesmo tempo, condições de trabalho e formação para os professores e cobre e avalie os resultados deles; uma equipe consistente de coordenadores pedagógicos, que liderem o aprimoramento das práticas pedagógicas; gestores capazes de congregar os esforços das equipes escolares em prol de metas; uma supervisão de ensino que de fato apoie a escola e não apenas a fiscalize; e uma relação de plena comunicação e clareza na divulgação de resultados, metas e políticas públicas com a comunidade de pais.

Portanto, munido do resultado do Ideb da sua cidade, converse com a equipe da Secretaria, os coordenadores de ensino, os gestores das escolas, as famílias, os alunos. Levante os resultados internos das escolas com notas mais baixas, compare com os IDEs e outros indicadores sociais e demográficos para perceber a relação que eles têm com o índice. Enfim, tente entender o que o número representa e não apenas comemore ou lamente uma alta ou uma queda. Só sabendo onde está o gargalo é possível transformá-lo em avanço.


MARCIA HELENA RESENDE DOS SANTOS
ANALISTA REGIONAL
Telefone:  24 2471 1946
Espaço do Educador (Vassouras - RJ)

3 comentários:

  1. MINHA AMIGA LEILA ! diante de tantos fatos comprovados pelo MP, ainda encontramos pelos corredores da vergonha pessoas que de forma cega; ou crente que vai dar certo; ou esperançosa em continuar mamando nas tetas das notas frias; ou fingindo estar tudo bem; ou rezando pelo amor de Deus; ou preocupado com sua cara de pau na tribuna; ou tentando podar o laranjal, desfilando como se nadas estivesse acontecendo e pior tentam desqualificar o já qualificado como desvio do dinheiro público. O MAIS TRISTE É VERIFICAR PESSOAS "DE BEM", CARREGANDO A BANDEIRA DA IMORALIDADE que assola nossas terras. Cuidados célios, estão estão de volta. E o NELSINHO está se despedindo de forma vergonhosa, VOTANDO CONTRA A CPI DO CACHOABA.

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  2. É....estou muito cansada de tudo isso.... não temos mais argumentos que façam com que as pessoas consigam ver um palmo diante do seu nariz...ou melhor que não olhem só para o próprio umbigo!

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  3. ... bem que o próximo passo poderia ser o patrimonio conquistado com essa modadlidade de profissão - "desvio de dinheiro público" de fato aí eu estaria querendo demais, foi só um palpite, não levem à sério. kkkkk não ficaria pedra sobre pedra, como diz a leila, de forma sábia !!! e bíblica. Quem sabe um dia !!! no recomeço.

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