Caso de Polícia 3 - Mangaratiba Saúde

Em 2010, postei dois casos distintos, onde as vítimas eram crianças, que da vida, naquele momento, só necessitavam o direito que lhes é garantido, de um atendimento de qualidade no lugar em que vivem.

Reclamei muito, esperneei e me senti muito humilhada como cidadã deste município...

No primeiro caso, a menina, teve a sorte de conseguir uma transferência e foi salva pela competência dos médicos que a receberam no Hospital Miguel Couto.

Caso de Polícia, clique aqui, foi relatado em março de 2010, esperneei, chorei, xinguei e desabafei... esperei firmemente que não acontecessem casos como esse.

Caso de Polícia 2, clique aqui, foi relatado em Outubro de 2010 e neste,  fiquei mais constrangida ainda, pois o caso  inclusive foi levado para a Câmara, e como tudo em Mangaratiba, não passou de um circo armado para uma pequena platéia que também não obteve a resposta e nem  o empenho em se dar uma satisfação exemplar para a população...

No primeiro caso, um comentarista, pergunta o que estava faltando para a família entrar com uma ação contra o Hospital ou Prefeitura.... reparem quem foi o comentarista.... vão até lá e leiam!!!!

No segundo, um anônimo que se percebe, trabalha no Hospital e sugere que a responsabilidade da morte da criança, era da família desestruturada.... inversão total de valores e responsabilidades!!!

Agora, passados três anos, outra família chora a dor de perder uma criança... 

Vou publicar somente o depoimento do pai da Jovem mãe que perdeu sua filha, sem fotos, sem apelação...

"DO INFERNO PARA O CÉU

Meu nome é Mauro Guedes morador de Muriqui, na Rua Ceará 33, há 16 anos.
Aos Fatos: Minha filha Renata Siqueira Guedes, moradora de Itacuruçá vinha fazendo o pré-natal no posto da mesma localidade de posse de todos os exames solicitados pelo médico incluindo a ultra onde constava que o bebe estava em perfeitas condições. No dia 29/06/13 (sábado) entrou em trabalho de parto já sangrando, onde sua mãe e seu companheiro imediatamente a conduziram para o hospital Vitor de Souza Breve em Mangaratiba, ao chegarem ela foi levada para a sala de maternidade próxima ao berçário ficou lá por algumas horas tendo contrações sua mãe bateu na porta e perguntou a médica se estava tudo bem pois ela dizia que estava sangrando muito, então perguntei a médica se não era melhor que fizesse cesária, disse que era assim mesmo. Conforme o relato da minha filha ela implorava para que a médica fizesse a cesariana e a médica falando ao celular respondia para que a mesma se calasse com apoio de uma enfermeira , após quarenta minutos falando ao celular médica resolveu fazer a cesariana. Neste momento houve uma correria tremenda no hospital, o anestesista passou correndo por sua mãe e começaram a procurar os instrumentos necessários para a realização do ato cirúrgico minha filha lúcida ouviu a médica falar em alto e bom tom “olha a merda antes tivesse feito o que esta menina pediu” neste momento ela retira a criança e pede um saco plástico para colocar a menina dentro, logo após a médica chama sua mãe perante uma série de funcionários que para ela pareciam ter participado da cirurgia e a comunica que o neném tinha falecido sem ter o mínimo de sensibilidade e respeito humano para dar tal notícia. Sua mãe um atestado de óbito assinado pela médica onde diz que não havia dilatação necessária e que minha neta teve uma parada cardíaca. Por volta das duas horas da manhã a médica vai embora sendo que pelo que fiquei sabendo seu plantão terminava as oito da manhã.
Fui ver minha neta, numa sala dentro de uma caixa de papelão já morta.
Não podemos permitir isto. Pois o tempo que fiquei la ouvi vários comentários dizendo que e fato corriqueiro. E funcionários falando, que não podem expressar sua opinião pois sofrem represálias."

E neste intervalo...quantos casos estranhos aconteceram e que não foram objeto de comoção...que ficaram no silêncio da dor de uma família, ou na passividade de quem acredita ou quer acreditar que isto faz parte...e que a Saúde em todo país é imunda mesmo?

Sabe, penso que a responsabilidade nesses casos é do profissional. Mal formado, de índole mesquinha que acredita que os anos passados em um curso elitista, os fazem mais cultos, superiores e melhores que os outros seres humanos. Ao  governo cabe a exemplar punição, a tolerância zero com estes profissionais, fornecer condições de trabalho adequada, fiscalizar, gerar mecanismos preventivos que possam evitar estas condutas, acender um alerta e dar a devida atenção as queixas que são feitas na Ouvidoria. Enfim, dar satisfações a população que os fez gestores e concedeu a eles o privilégio de serem guardiões dos serviços públicos. 

Dr. Ruy, deu este primeiro passo, ao dar satisfação a população... espero que não pare por aí. E isto deveria acontecer com as demais áreas, como a Educação que a todo momento nos faz tão infelizes também.

Se fôssemos ouvidos, no primeiro Caso de Polícia, já teriam revisto a rotina do Hospital e Postos de Saúde e hoje, não estaríamos chorando por crianças que antes mesmo de nascer, tem seu direito a vida digna, roubado por gente que deveria ser expurgada do convívio da sociedade.

E é por estas e outras, que estarei na rua novamente, gritando por dias melhores para todos nós!