O que diria para meu partido e os demais!

Hoje, acordei com os olhos para os partidos políticos... atrasado este olhar, dirão alguns. Acho que não, só externei isto mais tarde, depois de me remoer, de refletir, de sentir vontade de devolver o mesmo que recebemos deles.

Fico aqui ouvindo as explicações dos políticos, leio as famigeradas posições de militantes, o acirrado embate entre esquerda e direita, o discurso idêntico entre um e outro, onde os militantes repetem os discursos antigos e demagogos.

Então, em meus devaneios, pensei em dizer em rede nacional o que pensa uma militante de um município sem mídia, sem rádio local, sem emissora de televisão local que é obrigada a ler jornais de merda que enchem nossos olhos de induções aos erros conceituais de nossa cidadania.

Diria a eles que infelizmente, os partidos políticos, todos sem exceção, são um câncer difícil de se combater. São todos células deformadas que um dia tiveram a intenção de promover a ordem ideológica, mas que desgraçadamente se reproduziram com defeitos... Que o sonho de organização de uma população se desfaz quando participamos da militância partidária, pois somos jogados na base de uma pirâmide torta, recebendo insumos que não são nossas causas e que temos que defender.

Dizer que não queremos verticalização de ações e de ideias. Afirmar que é tempo de mudanças e que doutrinas estagnadas não sustentam as bases de uma sociedade. Quero participar por ser meu direito, mas quero respeito para termos credibilidade em partilhar nossas ações e ideais. Que as decisões forjadas em nossos núcleos regionais, desdizem o discurso doutrinário e ideológico. Que gritar contra a direita ou contra a esquerda para a população do país, mas se agruparem em bandos com partidos de diferentes correntes, só nos leva ao desgaste e a vergonha ideológica.

Ou gritem contra e ajam em todo o país desta forma, ou modifiquem o discurso e agreguem os valores que encontrarem nos demais em todas as ocasiões. Sem ranços, sem medo de transformar de fato nosso país.

Não queremos mais sermos conduzidos, queremos mesmo é conduzir os representantes políticos. Que a fidelidade partidária machuca, na medida em que sua voz não é ouvida de fato e acabamos buscando ideologias em pessoas e não no partido ao qual nos filiamos. Chega de massacre da população!!! Chega de maldade contra uma juventude que tem como espelho velhas raposas que aderem ao pragmatismo de conveniência em nome de alçarem destaque na política. E nós???? Só queremos desta vida nossos direitos... começando pelos básicos, até chegarmos aos mais longínquos desejos de cidadania plena, quando não mais pensaremos em saneamento básico, segurança, mobilidade urbana, saúde, educação e moradia. Estaremos desejando e buscando somente o conforto das questões mais humanitárias, como o desejo de não mais termos que discutir cotas, homossexualidade, condições das mulheres, racismo, religiosidade.

Queremos vida partidária plena, coerente e dinâmica. Queremos direitos iguais entre nossos candidatos. Queremos respeito no interior ou na metrópole.

Queremos ideologias vivas e mutantes se necessário for...mas, chega de induções ao erro, as justificativas decadentes em um país que já não mais se sente representado por políticos...