Tenho visto crescer esse ódio entre nós, tenho visto este rancor que se manifesta na cultura política e social, não só no país como um todo, mas em nossas relações cotidianas, aquelas mais próximas.
Esse ódio todo é consequência de gigantesca confusão, da falta de educação
política e conhecimento mínimo dos conceitos das coisas.
Me entristece a nossa cultura política. E política se faz em nossas relações sociais, pois quando discutimos sobre nosso cotidiano, estamos discutindo política. Quando nos indignamos com a falta de segurança, com a educação rasteira que é oferecida a sociedade, quando nos revoltamos contra a falência da credibilidade das instituições, estamos fazendo política.. mas, só tenho visto discursos de ódio e preconceitos como se a solução para este nefasto quadro social em que vivemos fosse o radicalismo que não admite diferenças de opiniões e que implicitamente convoca a sociedade a reagir com violência entre nós mesmos. Quando aplaudimos a truculência da PM, não estamos contribuindo em nada para a solução de nossos conflitos, porém estamos agindo como se plantássemos justamente o fortalecimento da falta de respeito a conduta profissional destes agentes públicos ou déssemos uma procuração em branco para que as Leis fossem desrespeitadas por todos, inclusive por aqueles que deveriam ser guardiões destas Leis.
E quando espumamos de ódio por conta das diferenças, se valendo de métodos como ironizar, diminuir e desqualificar as pessoas que opinam diferente do que pensamos, estamos em franco retrocesso cultural que beira a insanidade e que em toda história da humanidade, nada contribuiu para a evolução da sociedade.
As redes sociais estão, até agora, cumprindo um ridículo e inócuo papel.
Ideias e projetos para a sociedade se definham e se perdem em debates
estéreis, polarizados e partidarizados como se estivéssemos conversando sobre partida de futebol, onde a paixão por um time fosse papo de torcida organizada convocando para um quebra quebra irracional. Apesar do
desencanto que sinto, não há como não imaginar a internet como a nova ágora (praça
pública, segundo os gregos) onde possam ser discutidas e debatidas as
grandes questões políticas, sociais e administrativas da nação e de nossa terrinha amada.
Mas, onde está o problema?
Odiamos discutir nossas ideias. Odiamos expor nossas ignorâncias.
Preferimos morrer com elas a ceder um milímetro. Herança do nosso
autoritarismo. Temos medo de que o debate sirva de palco para o
ignorantismo, na sua forma de exploração da ignorância alheia, onde o mais
astuto pode manipular o ignorante. Demagogias sofistas.
Ainda, para
nós, o debate público não passa de manipulação, e normalmente é assim. Mas
temos que mudar. Acreditando que há muitas pessoas sucumbindo diante de tamanha distorção de valores e conceitos. Não temos formação cultural para o debate e isso é fato. Mas isso se aprende. Custa, mas se aprende. O que não se pode é
admitir que essa ausência seja preenchida pelo ódio espumante.
O problema da
nossa cultura política,
somos nós mesmos, que não estamos fazendo nossa parte. Homens e mulheres de boa vontade, empenhados em melhorar nosso quadro
político, deveriam assegurar um debate de qualidade, não se valer de prejulgamentos ou de sofismos inócuos.
Isto não é abrir
mão de convicções políticas, mas é reconhecer que há gente decente em todos os níveis da sociedade e que transitam em lados opostos de nosso espectro de sociedade que quer dar um basta em nossa saga de corrupção, ou de conceitos humanitários. Isso exige evitar
palavras grosseiras e frases feitas como as que desqualificam em
bloco muitas pessoas boas que fazem trabalho bom e que nem mesmo podem expor suas propostas, ideologias e métodos sem que se tenha a intransigência dos demais como arma maior para a falta de consistência de suas afirmações.
Queremos uma democracia sustentável e que ela não fique só nas
instituições, que se enraíze nos nossos corações.... e quem sabe em nosso raciocínio rasteiro que dá abertura a grandes e nefastos enganos e decepções coletivas. Dessa forma, evitaríamos o retrocesso cultural, a desumanização da sociedade e a falta de boas perspectivas futuras para todos, pois só aqueles que radicalizam, também polarizam o bem e o mal.
"Eu, na política, nunca
me movimentei pelo ódio pessoal. O ódio cega-nos, torna-nos insensatos,
faz-nos mentir, torna-nos por vezes até ridículos. Eu, em relação ao
senhor presidente da Câmara do Porto e em relação a qualquer outro
político português, não tenho ódio, tenho respeito." A frase é do
candidato à Câmara do Porto e autarca de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe
Menezes.
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/politica/detalhe/o-odio-pessoal-cega-n
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/politica/detalhe/o-odio-pessoal-cega-n
"Eu, na política, nunca
me movimentei pelo ódio pessoal. O ódio cega-nos, torna-nos insensatos,
faz-nos mentir, torna-nos por vezes até ridículos. Eu, em relação ao
senhor presidente da Câmara do Porto e em relação a qualquer outro
político português, não tenho ódio, tenho respeito." A frase é do
candidato à Câmara do Porto e autarca de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe
Menezes.
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/politica/detalhe/o-odio-pessoal-cega-nos.html
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"Eu, na política, nunca me movimentei pelo ódio pessoal. O ódio
cega-nos, torna-nos insensatos, faz-nos mentir, torna-nos por vezes até
ridículos. Eu, em relação ao senhor presidente da Câmara do Porto e em
relação a qualquer outro político português, não tenho ódio, tenho
respeito." A frase é do candidato à Câmara do Porto e autarca de Vila
Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes.
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/politica/detalhe/o-odio-pessoal-cega-nos.html
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/politica/detalhe/o-odio-pessoal-cega-nos.html
"Eu, na política, nunca me movimentei pelo ódio pessoal. O ódio
cega-nos, torna-nos insensatos, faz-nos mentir, torna-nos por vezes até
ridículos. Eu, em relação ao senhor presidente da Câmara do Porto e em
relação a qualquer outro político português, não tenho ódio, tenho
respeito." A frase é do candidato à Câmara do Porto e autarca de Vila
Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes.
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/politica/detalhe/o-odio-pessoal-cega-nos.html
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/politica/detalhe/o-odio-pessoal-cega-nos.html
Boa noite, Leila.
ResponderExcluirMuito pertinente este seu texto e que deve ser refletido pelas lideranças que militam na política.
Quantas vezes um líder não busca se beneficiar desse ódio das massas para alcançar seus interesses? Há que se ter cuidado com essas estratégias, as quais podem trazer efeitos contrários respingando em quem incita a intolerância.
Um abraço.
Em tempo!
ResponderExcluirPara lidarmos melhor com esse sentimento de ódio de parte da população, precisamos compreender as razões que levam as pessoas a agirem assim ao invés de buscarem o diálogo.
Falta ao ser humano aprender a olhar mais para si. Há em nós tanto joio quanto trigo! Quem hoje quer linchar o outro a si mesmo se condena.
Quando vejo certos programas na TV incitando o ódio e a reatividade,vejo o quanto tudo isso atrapalha o construtivismo da sociedade que tentamos imprimir pelas reflexões que propomos.
Há no Evangelho uma passagem bem interessante que é sobre o episódio do apedrejamento da mulher adúltera (João 8). Ali Jesus teria evitado um linchamento fazendo os acusadores refletirem:
"Visto que continuavam a interrogá-lo, ele se levantou e lhes disse: "Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela". Inclinou-se novamente e continuou escrevendo no chão. Os que o ouviram foram saindo, um de cada vez, começando com os mais velhos. Jesus ficou só, com a mulher em pé diante dele." (João 8:7-9; NVI)
Levar as pessoas hoje a refletirem é um desafio, mas talvez seja este o único caminho que temos diante da ignorância.