Somos vítimas de estupro....social

Quero namorar e não consigo mais um relacionamento....

Dizem que as vítimas de estupro, devem falar sobre suas angústias, denunciar o agressor, partilhar a experiência desta violência, para que continue sua caminhada e não mais seja dominada por seus estupradores.

Assim está acontecendo comigo!

Em 2005, um estuprador sociopata, aportou em minha vida. Namorou com muitos, encantou muitos de boa-fé, e como todo sociopata, tinha sempre na ponta da língua, aquilo que alguém gostaria de ouvir. Conforme o tempo passava, sua sociopatia era muito evidente e até aqueles que tinham sempre percebido sua distorção, foram vitimados por seus atos.

Fui estuprada por dolorosos e longos 4 anos, mas sempre gritei, denunciei e como toda vítima, isto não bastava, queria ver meu agressor social pagar pelo mal cometido. Em 2008, continuei gritando, esperneando e pensei que seria desta vez que me libertaria deste sofrimento.

Mas, ele se tornou muito forte e mais confiante. Quanto mais se apertava o cerco, mais insanidades eram cometidas e foi aí que ele começou sua derrocada. E eu continava em minha árdua tarefa de denunciar, opor-me a tudo isto.

Todo e qualquer comparsa do sociopata, passava a ser meu alvo de combate, pois muitos nem percebiam que estavam colaborando com esta violência. Muitos entenderam e se rebelaram, outros, gostavam da violência e pactuavam com isto.

E assim, julgava que minha liberdade estava garantida e que havia encontrado o momento de iniciar um novo relacionamento.....tentei e não deu certo. Traumatizada com o estupro, procurei selecionar entre os candidatos deste namoro, alguém que pudesse apagar as marcas desta maldade. E me encantei com um, mas fui percebendo que só me atendeu em parte de minhas necessidades sociais.

Tudo bem, não deu! Vou em frente e atendo aos apelos da maioria e tento me relacionar com aquele que dizem, será a salvação .... Estou tentando bravamente, mas começo a perceber sinais que me remetem ao estupro anterior. São alertas muito evidentes que marcam nossa carne e mente. Sempre que encostam nestas cicatrizes, elas ardem e nos lembram dores já vividas.

Estou assim, tentando, olhando tudo com olhos de ver e ouvindo com ouvidos de ouvir. E tomei uma decisão bem diferente do que costumam dizer em piadas politicamente não corretas, que é, "se o estupro é iminente, relaxa e goza".

Diante disto tudo, como uma combatente diminuta, mas em nada inferior aos bons guerreiros, estou pronta para me defender do possível novo estupro social que começa a acontecer em Mangaratiba.