quinta-feira, 26 de maio de 2011

Tráfico de influência

Tráfico de influência consiste na prática ilegal de uma pessoa se aproveitar da sua posição privilegiada dentro de uma empresa ou entidade, ou das suas conexões com pessoas em posição de autoridade, para obter favores ou benefícios para terceiros, geralmente em troca de favores ou pagamento.

É um dos crimes praticados por particulares (empresários e políticos, no Brasil), principalmente contra a administração pública em geral. Consiste em solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem (como se fosse um investimento), a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. A pena prevista para esse crime é de reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.

Veja Art. 332 do Código Penal.


Assim está na Wilkipédia, e todos nós conhecemos como isto se dá.

Agora, como isto passou a ser prática que toleramos sem questionar?

Vejamos, a troca de favores e gentilezas, são agradáveis e positivas em sociedade, pois expressam nossa dignidade, estimulam nosso senso de justiça e solidariedade que a "troca" social acaba por implicar na sociedade. Dizemos "obrigada", ficamos agradecidos e trocaremos esta gentileza com outras pessoas. Assim se vive a socialização necessária para a humanidade.

Isto começa a desvirtuar a ética da sociedade, quando esta "troca" se dá por interesses corporativistas, negócios, vantagens eleitorais e chegaremos ao benefício de uns em detrimentos de muitos. Neste exato momento, se dá o absurdo social! Quando por exemplo, passamos a trocar lugar em filas de atendimento para exames, onde passamos alguém para trás neste atendimento, ou quando negociamos comissões de fornecedores, pois estamos com o privilégio do poder instituído. Estes são os exemplos mais simples, cotidianos e que vejo não são questionados por ninguém. Muito pelo contrário, percebo até que muitos alegam que escolhem seus representantes, justamente por terem usado o tráfico de influência para que conseguisse, vejam bem o absurdo, que seus direitos de cidadão fossem exercidos. Não lembram que alguém foi passado para trás, que alguém perdeu oportunidades de apresentar seu negócio, pela ganância daquele que detém o poder. Esquecem também, que a saúde de outro pode ter se agravado por termos passado a frente neste atendimento. Não percebem que negaram a crianças em risco social, o direito a frequentar uma creche, ou de ter garantido a oportunidade estabelecida por nossa Constituição.

Mas, o pior disto tudo, é que a cada dia, vemos mais e mais esta prática sendo colocada como aceitável, e até tida como "capacidade" daquele que oferece o tráfico de influência. Conheço pessoas que não percebem que aquele indivíduo bonzinho, está corrompendo conceitos éticos e o está manipulando para seu (dele) próprio benefício. E assim, hoje se rompe a cadeia de troca social tão importante para que se viva oportunidades iguais para todos, levando a sociedade a um salve-se quem puder tão danoso para todos nós.

Penso que já se demonstrou que sem o mínimo de ética, não chegaremos a lugar nenhum. Que continuaremos a ser enganados e nunca teremos nossos direitos assegurados, pois somos os primeiros a correr atrás das migalhas, e aceitamos que nos corrompam de forma tão vil.

Não podemos aceitar que tudo "pareça" ser ético e normal. Temos que exigir que "seja" de fato ético e normal.

Se somente parecer, vamos dizer não!

2 comentários:

  1. POSSO SUGERIR QUE POSTE O DEPOIMENTO, EM VIDEO, DAQUELA PROFESSORA DO RN, QUE PASSOU NA TV (FANTÁSTICO SE NÃO ME ENGANO)E CORRELACIONÁ-LO COM NOSSA REALIDADE MUNICIPAL.

    OBRIGADO.

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  2. Olhe, quase fiz esta postagem, mas vi que já estavam postando o vídeo que se espalhou rapidamente.

    No blog "Superando", que está em minha lista de blogs, tem o vídeo. Agora, posso tentar correlacionar nossa realidade com o depoimento brilhante, engajado e corajoso de Amanda Gurgel.

    Ela realmente falou com a voz de toda uma classe que se RESPEITA, e não com a voz acusatória de quem não valoriza sua profissão.

    Vou tentar, pois me lembrei de um lance que aconteceu na Câmara, no dia do aumento...

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