Saco de gatos

Depois de uma noite mal dormida, aquelas noites em que tudo te incomoda, que te faz ficar cheia de pontos de interrogação, levantei e fiz um café tão cheiroso que me deu prazer de amanhecer junto com o município.

Refiz minha noite em pensamentos e percebo que me angustio mais que deveria com tudo que acontece. Esta angústia não é somente com aquilo que me afeta particularmente, mas com tudo mesmo!

Por vezes, em minha tirania, se pudesse, abriria a cabeça das pessoas e colocaria lá dentro uma série de informações, sacudiria e depois, pegaria um pouco de emoções, sentimentos e depositaria na mistura anterior. Trancaria a pessoa em um quarto, sem luz, sem contato com nada e só depois de algum tempo, abriria lentamente a porta, deixaria um fio de luz entrar. Bem longe, faria com que seus sentidos percebessem a voz de uma criança, um choro, um lamento, uma gostosa risada.

E quando isto tivesse sido absorvido, deixaria o vento tocar a pele e os cabelos do meu isolado experimento... e só então, libertaria para a vida a nova criatura!

E com estes pensamentos, me dou conta do tanto que tenho que aprender! Percebo minha intolerância com alguns detalhes das pessoas e percebo também, não com a razão, mas com a emoção, que preciso mesmo continuar a me avaliar e que preciso suportar o som do risco no metal.

E em outros momentos, gosto muito de mim! Gosto de quem sou, e da forma como quero passar esta caminhada. E muito bom mesmo, é saber que em tudo que me envolvo, tem como fundamento, aquilo que sou, sem máscaras (apesar de ser fake), sem enganações e sem disfarces.

Vou sempre ao fundo de mim, para encarar a vida e suas consequencias, sem querer me colorir de tintas que encherão os olhos de quem me vê. Já escrevi que quando estou cinza, estou cinza mesmo. Mas, quando estou lilás, podem ter certeza de que o lilás é mistura perfeita de minha percepção com a vida.

E assim, lá vou eu para um novo dia, que se vislumbra "verde", que me faz pensar em lendas, que me diz:

"Vá em frente! Se jogue do alto da Pedra da Conquista e interprete a lenda com sua verdade!

E meus amigos, hoje, minha verdade é ter a certeza de que em nenhum momento de minha vida a prioridade em minhas decisões foram baseadas em falsas moralidades, distorcidas e sempre , mas sempre mesmo, são levadas em conta meus semelhantes, mesmo que por vezes eu os queira conduzir ou que não suporte o som de seus riscos no metal de meus ouvidos.